Um encontro na tarde desta terça-feira, na Expoingá, debateu a agricultura orgânica, formas de fazer a transição da agricultura tradicional para o novo modelo e caminhos para obter a certificação da propriedade. Produtores, técnicos e representantes de cooperativas da agricultura familiar participaram do evento, no auditório Antônio Penha, que contou com a participação do secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, do presidente do IDR-PR, Natalino Avance de Souza, do Presidente da Adapar, Otamier César Martins e do Presidente da Ceasa, Éder Biblitz.
Formas de fazer a transição agroecológica, redesenho da propriedade, substituição de insumos e manejo de solo para adequação da agricultura orgânica foram questões apresentadas por Nilson Zacarias Bernabé Ferreira, coordenador do encontro e técnico do IDR-Paraná, Maringá, responsável pela área de agroecologia e olericultura. Segundo ele, o objetivo foi motivar os produtores e mostrar para técnicos e lideranças da área de que fazer a conversão “é mais simples do que se pensa”.
Ferreira pontuou que o cultivo orgânico, além de sustentável, é vantajoso do ponto de vista econômico. Segundo ele, hoje o mundo todo aposta neste tipo de produção. A produção do Estado não é suficiente ainda para atender a própria demanda. Em Maringá, por exemplo, 30% do consumo desses produtos vêm de outras regiões. Enquanto isso, o Governo do Paraná mantém um programa em que cem por cento da merenda escolar deverá ser abastecida com produtos orgânicos até 2030.
Para estimular os produtores da região a investir nesse tipo de cultivo, o engenheiro agrônomo Ivan Gabriel Scarabeli Ruiz, trouxe sua experiência, de um modelo bem sucedido de produção e comercialização de orgânicos de sua propriedade, em Mandaguaçu, enquanto Milena Pulga discorreu sobre legislação e certificação orgânica, plano de manejo e adequação da propriedade para obter a certificação.
Ruiz contou que iniciou há cinco anos o cultivo de orgânicos e hoje produz tomate saladete, tomate cereja, pepino japonês e ovos. Segundo ele, a rentabilidade é melhor do que no cultivo tradicional. “Em alguns supermercados a gente consegue até 30% a mais em relação aos produtos convencionais e há situações em é possível ganhar até mais. A prefeitura de Maringá, por exemplo, chegou a pagar, no ano passado, até três vezes pelos produtos orgânicos adquiridos para a merenda escolar.”
Ainda segundo Ruiz, o custo da produção entre as duas formas de cultivo é equivalente. Para ele, o que precisa é tão somente uma mudança de mentalidade do produtor para adotar o novo sistema de produção. Ele lembrou, ainda, que a mudança pode ser feita aos poucos, até que toda a propriedade seja transformada e obtenha a certificação de produção orgânica.