Alguns dos jovens não conheciam Maringá e tiveram oportunidade de participar de projeto científico com jovens de outras regiões do Paraná
Um grupo de adolescentes atendidos pela Associação Assistencial e Promocional Rainha da Paz, de Cianorte, realizou neste sábado, 6, vários sonhos de uma só vez: conhecer Maringá, circular pelo Parque Internacional de Exposições, participar de uma roda de criatividade sobre robótica em um projeto destinado a formar jovens cientistas e ainda desfilar pelo parque fazendo o público dançar ao ritmo de uma fanfarra de mais de 30 instrumentos de percussão. E mais ainda: a pequena fanfarra entrou na arena de shows e rodeio e deu um show de meia hora com uma variedade de ritmos, concluindo com a famosa “Trovoada”, que é o ápice das apresentações de fanfarras.
A vinda dos meninos e meninas do projeto social da Rainha da Paz foi uma iniciativa da cientista Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, professora do Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá (DIN-UEM) e coordenadora do ecossistema Manna. Ela conheceu o projeto social, se encantou e concluiu que aquelas crianças vindas de lares com poucas oportunidades tinham muito a ganhar ao estar lado a lado com crianças de outras regiões do Paraná discutindo soluções tecnológicas e elaborando projetos.
O projeto Manna na Expoingá apresenta sempre um desafio para os jovens no campo da tecnologia, porém são questão que não exigem conhecimentos sobre as novidades tecnológicas e sim um convite para “pensar fora da caixa”. O projeto da UEM tem o apoio da Sociedade Rural de Maringá (SRM) e governo do Estado.
Durante todo o dia a comitiva cianortense participou dos debates do ecossistema Manna, conheceram um mundo que até então era estranho para elas.
“Tudo para mim era novo e tudo foi maravilhoso”, disse Luma, de 14 anos, moradora no bairro Morada do Sol, em Cianorte. Ela nunca tinha ido a alguma cidade maior do que Cianorte e, como a maioria de seus colegas, sempre sonhou em conhecer Maringá.
A Associação Rainha da Paz foi criada em 1992 pela freira Irmã Benigna Nazari, junto das Irmãs Filhas da Caridade e voluntários diante do crescente número de crianças e adolescentes em trajetória de rua, e mais vulneráveis à drogadição, abusos e exploração sexual. A entidade oferece mais de 20 oficinas pedagógicas para mais de 500 crianças e adolescentes de 7 a 17 anos encaminhadas pelo Conselho Tutelar, Ministério Público, Centro de Referência e Assistência Social.
A instituição sempre viveu de doações da comunidade e com a morte da Irmã Benigna, dois anos atrás, a direção ficou com Gabriel Estevão Faria, que já trabalhava na instituição.
A fanfarra que deu show na arena de rodeios da Expoingá na realidade é uma corporação livre: qualquer dos assistentes sociais da entidade pode ser instrutor e qualquer dos mais de 500 jovens atendidos pode pegar o instrumento que quiser e participar de uma apresentação, mesmo que não tenha participado de ensaios. Embora tenha pouco mais de 30 instrumentos, todos os jovens da entidade são parte da fanfarra.
Luma e seus colegas já estão na torcida para que Linnyer Beatrys convide o grupo a voltar a Maringá na Expoingá do ano que vem.
Serviço
Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Manna Team/Expoingá 2023
Realização: Sociedade Rural de Maringá (SRM) e Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Local: Centro de Eventos II do Parque de Exposições
Participação: jovens da Associação Rainha da Paz, de Cianorte