O 4º Fórum Brasileiro de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ocorreu na noite desta terça-feira, 9, em meio a programação oficial da Expoingá e o tema central foi a “Intensificação Sustentável da Agropecuária Transformando Fazendas”. O evento reuniu produtores rurais que já praticam a ILPF e outros interessados em aprender mais sobre o novo modo de trabalhar as culturas.
O encontro contou com a palestra de dois grandes especialistas do ramo: Felipe Fabbri, zootecnista, mestre em nutrição de monogástricos e analista de mercado da Scot Consultoria, e Willian Marchió, médico veterinário, especialista em produção animal e atual consultor sênior do Criatec.
A ILPF é uma estratégia de produção que cresce a cada ano no Brasil. É uma técnica que utiliza diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, beneficiando todas as atividades.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, esteve presente e parabenizou a iniciativa. Ele também se mostrou otimista com a melhora da atuação da agropecuária no estado. “Não temos como trabalhar o agro de qualquer jeito. É preciso reavaliar as formas e pensar em medidas mais sustentáveis, de modo que também sejam mais rentáveis”, relata.
De acordo com um dos palestrantes, o médico veterinário Marchió, a intensificação sustentável da agropecuária se baseia em ferramentas tecnológicas que estão à disposição do produtor e entrega mais valor, não somente econômico e rentabilidade para o produtor, mas também sustentabilidade. “O produtor é muito cobrado e aqui tratamos arranjos possíveis da fazenda para que ele entregue valor monetário e socioambiental, buscando cada vez mais se informar sobre ILPF, uma grande solução para a atividade agropecuária”, comenta.
Os especialistas acreditam que essa é uma tendência forte e que nos próximos anos, cada vez mais os produtores partirão para os sistemas de integração, pois atualmente, o setor vive um momento desafiador, tanto o produtor de milho, como o de soja e o pecuarista. “A ideia é trabalhar a integração das três culturas, com técnica específicas, para que possa minimizar os riscos da atividade e trazer mais segurança a momentos com a baixa dos preços das commodities agrícolas como um todo”, relata o zootecnista Fabbri.
Segundo ele, há uma estimativa de que o Brasil conta com cerca de 19 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 10% da área brasileira que atua com algum sistema de integração para melhorar índices zootécnicos e de produtividade dentro de suas propriedades. “Com a ILPF, ganhamos com a redução do uso de fertilizantes, redução de ciclos com o abate de bovinos, otimizamos áreas com sistemas de terminação intensiva e recria intensiva. Conseguimos mesclar o sistema de produção, beneficiando o aspecto social, ambiental e econômico”, destaca.
O evento, realizado pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, em parceria com a Sociedade Rural de Maringá (SRM) – idealizadora da Expoingá – conta com o apoio institucional da Associação Rede ILPF, Embrapa, IDR/Paraná e governo do Paraná.