Na Expoingá, projeto leva inseminação artificial a propriedades não tecnificadas para impulsionar a pecuária no Paraná

Iniciativa da Universidade Estadual de Maringá em parceria com a Cocamar promove aplicação de biotécnica para elevar produção de cortes especiais e rentabilidade dos pecuaristas

Foi lançado na manhã desta terça-feira (13), durante a Expoingá 2025, o projeto de aplicação da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em propriedades rurais não tecnificadas (que não utilizam tecnologias modernas) voltadas à produção de carne de qualidade no Paraná. A cerimônia no Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro reuniu produtores, autoridades, pesquisadores e representantes de instituições parceiras.

O projeto tem como foco a aplicação da biotécnica de IATF para melhorar o padrão genético dos rebanhos, produzir carne com alto valor agregado e orientar os pecuaristas sobre práticas sustentáveis. “Embora a IATF seja uma tecnologia já conhecida, ela ainda é pouco aplicada em pequenas propriedades. O projeto visa justamente democratizar o acesso à técnica, promovendo o avanço da pecuária no estado”, explicou a coordenadora do projeto, professora Dra. Keila de Souza Silva.

Durante o evento, a integração entre universidade, setor produtivo, governo e sociedade civil foi destacada por lideranças presentes. Para o superintendente de Relações com o Cooperado da Cocamar, Leandro César Teixeira, a parceria é essencial para impulsionar a produtividade com responsabilidade. “Precisamos ajudar o pecuarista a melhorar sua produtividade com sustentabilidade. Esse projeto vem ao encontro da nossa missão de entregar valor ao cooperado”, afirmou.

A presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), Maria Iraclézia de Araújo, reforçou o papel da feira na difusão do conhecimento. “A feira é a vitrine, mas o verdadeiro valor está nesses fóruns que geram transformação no campo. A academia tem papel fundamental em levar ciência e técnica até quem produz”, disse. Ela também destacou os desafios enfrentados por quem está no campo. “Tem gente que sequer sabe o que come, o que veste ou de onde vêm os produtos que consome. E tudo isso depende de quem está lá no campo, enfrentando frio, sol, chuva, falta de recursos, ausência de seguro agrícola e tantas outras dificuldades.”

O diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir César Martins, destacou a importância de aproximar a universidade da realidade do setor produtivo. “A academia precisa sair da porta da universidade, se conectar com quem está no setor produtivo. É essa união entre profissionais – médicos-veterinários, zootecnistas, engenheiros, técnicos e extensionistas – que constrói o Paraná que temos hoje e queremos para o futuro”, declarou. Emocionado, Otamir compartilhou parte de sua trajetória e agradeceu aos colegas pela caminhada.

O lançamento do projeto também marcou simbolicamente o Dia Nacional do Zootecnista e o aniversário de 78 anos da cidade de Maringá. A expectativa é que a iniciativa traga impactos diretos na valorização da cadeia da carne de qualidade, promovendo a inovação no campo e o desenvolvimento sustentável em diversas regiões do estado.

A iniciativa do projeto é coordenada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Departamento de Zootecnia, em parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial. O financiamento é do Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com administração da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FADEC) e apoio da Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e Inovação (Ageuni).

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